terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Bboys - As noites em São Braz não seriam as mesmas sem eles...


Quem mora em Belém e conhece a pracinha em frente ao Mercado de São Braz já deve ter visto por lá um grupo de jovens vestidos com roupas largas pulando e dançando nas noites de segunda a sábado. Os mais desavisados olham e acham que se trata de um bando de desocupados. Outros, como nós mesmos aqui do Pauta B, pensam: "ah, isso aí é dança de rua. Legal". Que nada. Aquilo ali se chama Hip Hop, e antes que alguém continue achando que é só uma dancinha sem compromisso, um aviso: é coisa séria. E muitos daqueles meninos vivem disso e pra isso.

O Hip Hop, acreditem, é muito mais do que músicas do Black Eyed Peas: é uma imensa cultura. O movimento, que surgiu no final da década de 60 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque, envolve o rap, sendo DJ's e MC's os elementos fundamentais, a arte do graffiti e o break dance. Foi deste último que surgiu o termo bboy (e bgirl), e é assim que devemos chamar os meninos de São Braz.

É engraçado como as coisas acontecem em baixo dos nossos narizes e nós não percebemos. O movimento Hip Hop vem crescendo e ganhando mais espaço na capital paraense já há alguns anos. Hoje existem cerca de seis grupos por aqui, que travam batalhas entre si regadas a muita música e dança. Um desses grupos é o Amazon Bboy, formado por 8 jovens que dividem a paixão pela dança. O grupo é tão bem organizado que tem cartão de visita, mantém um blog, faz apresentações e até palestras sobre Hip Hop e tem contrato e patrocício da Escola de Dança Clara Pinto e com a ESMAC.

Cristiano, mais conhecido por Xuxu, tem 19 anos e é um dos maiores nomes paraenses. Virou bboy há 7 anos e coleciona títulos e medalhas que conquistou em competições Brasil afora. O garoto é tão talentoso que depois de "descoberto" por um olheiro, foi convidado a integrar uma companhia fluminense chamada GRN (Grupo de Rua de Niterói). Com as turnês que faz com o grupo todos os anos, Xuxu já passou por Bélgica, Áustria, França, Itália, Holanda e Alemanha. Os amigos da Terra Firme até hoje relutam em acreditar, mesmo quando ele mostra o passaporte carimbado. Dê uma olhada nos dotes artísticos do rapaz clicando aqui.

Kléodon ou Kekeu, como é chamado, também não fica atrás quando se trata de Break Dance: recentemente disputou o Mundial em São Paulo e ficou entre os 8 melhores no ranking brasileiro.

Como se vê, talento é o que não falta a esses rapazes de origem humilde. A maior dificuldade pra eles ainda é a discriminação, mas a boa notícia é que, devagar, as pessoas estão começando a encarar esse trabalho com outros olhos. E o melhor é saber que tem gente que apóia e incentiva, mesmo que o patrocínio ainda seja pequeno e eles sejam obrigados e fazer "bicos" em outros trabalhos. Mas para esses bboys, isso é o de menos. O que vale mesmo é a paixão pelo que fazem.

Jussara Kishi.

Quer saber mais sobre Break Dance e a cultura Hip Hop? Tente aqui:
Real Hip Hop Brasil
Bboy.com.br
Bocada Forte

2 comentários:

Laboratório Jornalismo Digital UFPA disse...

Ei Jussara! Ei pautabboys!
Muito boa a matéria. Simples, objetiva, informativa - dá até vontade de ser bboy, hehehe. Gostei muito da maneira como usaram os links. O link que leva para o You Tube, mostrando os caras dançando "Dê uma olhada nos dotes artísticos do rapaz clicando aqui.", merecia só um indicativo a mais. Antes de clicar, fica aquela dúvida se vamos para um site de fotos ou outra coisa.
Pena que não tivemos fotos das reuniões. Mas ainda assim parabéns ao grupo. Muito bom. Abraço. Lázaro M.

tata disse...

nunca foi em sao braz mas danco hiphop um pouco tenho uma meta ser uma das melhores de de belem pra pode serr uma das melhores do mundo